Não do cemitério propriamente dito, mas do trabalho de José Luis Cattai, que desde os 15 já circulava pelas cidades dos mortos para dar um trato nos túmulos.
Insiste em dizer que é construtor aposentado, mas desde que se aposentou não parou mais de trabalhar, essa é a grande verdade.
Conhecido em toda Corumbataí e região, Cattai tem duas grandes responsabilidades na cidade: construir e reformar túmulos e jazigos; e cuidar com todo carinho da Igreja Matriz de São José, onde é o responsável por todas as obras.
Aos calcular mais ou menos uma vida de 140 anos do cemitério, José Luis Cattai comenta com preocupação o estado de abandono da cidade dos mortos. “Os túmulos estão abandonados e sem identificação. Os entes queridos estão abandonados”, fala o homem que passou grande parte da sua vida correndo para sepultar defuntos.
Ele não sabe dizer com precisão, mas calcula que no cemitério de Corumbataí haja em torno de uns 500 túmulos. Mesmo com esse número, a população pode ficar tranquila, pois ainda há muito terreno para ser usado. Cattai considerada que 30% da área ainda estejam desocupados. São mil metros quadrados no geral.
Das muitas andanças por lá, José Luis diz não se lembrar de coisas espetaculares ou misteriosas. Só um dia, que teve que entrar às 4 da madrugada embaixo de muitos relâmpagos e ficou assustado. Ou quando estava construindo um túmulo às 17hs para o enterro de um cidadão, quando ouviu uma voz rouca. Era um senhor no portão querendo visitar o local. Mas Cattai viu muito despacho lá dentro. Com direito a frango, maionese, pinga e bilhetes com nomes das vítimas. Que meda!!!

Cattai, já viu muito despacho no cemitério.
Fonte: JORNAL REGIONAL